SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS - SPDA

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A cada dois dias, uma pessoa morre por choque elétrico em São Paulo

Em 2010, último dado consolidado disponível, foram registrados 167 óbitos. Das 1.225 hospitalizações registradas em 2011, 77% eram masculinas.

SXChu

Secretaria de Saúde de SP  Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que praticamente a cada dois dias, em média, uma pessoa morre em decorrência de descarga elétrica em todo o Estado. 

Em 2010, último dado consolidado disponível, foram registrados 167 óbitos. Destes, 157 eram homens (94%), com idade entre 30 e 49 anos (81 casos). Os homens também lideram o ranking das internações provocadas por contato a corrente elétrica. 

Das 1.225 hospitalizações registradas em 2011, 77% eram masculinas. De acordo com o supervisor médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau) da Secretaria, Gustavo Feriani, a realização das atividades laborais é a principal razão para que a maioria das vítimas seja masculina. 

"Os homens fazem serviços de obras ou reparos em domicílio, muito próximos à rede elétrica. 

Na grande maioria das vezes, infelizmente, sem equipamentos de proteção ou cuidados específicos para essa atividade", explica Feriani. 

Além disso, houve um crescimento de 91% dos casos de internação por conta à exposição à corrente elétrica nos últimos quatro anos. 

Em 2008, foram 642 registros de hospitalização. Em 2009 houve 1.004 internações e, em 2010, 1.031 hospitalizações. Nestes últimos quatro anos, a região de Piracicaba é a que mais acumulou casos de internações (2.584), seguida da Grande São Paulo (762) e de Sorocaba (105). 

Os municípios que mais contabilizaram hospitalizações neste período foram Piracicaba (2.104), São Paulo (457) e São Pedro (164), também localizado na região de Piracicaba. 

Segundo o supervisor médico do Grau, em muitos casos, a pior lesão não é a que está visível, uma vez que a corrente elétrica passa pelos tecidos com menor resistência, causando maior impacto nos músculos, nervos e vasos. 

"A vítima pode ter arritmia cardíaca grave causada pelo choque, destruição muscular grave, queimaduras de pele nas áreas de entrada e de saída da corrente elétrica pelo corpo e, tardiamente, insuficiência renal aguda e até morte", afirma Feriani. 

Para o especialista, toda queimadura elétrica, mesmo as causadas por baixa voltagem, necessita de avaliação e cuidados médicos.